quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

As pessoas

Depois de um dia intenso a viajar em deslocações profissionais, normalmente esse tempo é aproveitado para reflexões, e hoje por diversos motivos o tema enquadrou-se intensamente nas pessoas que dia após dia convivem comigo a nível profissional e que por inerência acabam por interferir muitas das vezes na nossa vida pessoal, criando-se afinidades resultando assim agradáveis amizades. No entanto também existe o reverso da medalha se assim o podermos classificar, ou seja aquelas pessoas que nós acreditamos plenamente nas suas virtudes pessoais e profissionais e que por um motivo ou outro acabam por nos desiludir através de acções e/ou palavras proferidas com a intencionalidade de nos afectar.
Infelizmente (ou felizmente se for avaliado no contexto da aprendizagem) durante esta minha curta mas intensa experiência profissional já pude constatar estas duas versões, prevalecendo (felizmente) com muito maior incidência aquelas pessoas que me fazem acreditar que tudo na vida vale a pena quando somos compreendidos por alguém.
Nestes onze anos de actividade profissional que desenvolvo numa actividade dinâmica e que me faz muito feliz na realização pessoal, tenho aprendido imenso no contexto do relacionamento interpessoal.
Constatei que ao longo de todos estes anos existem diferentes formas de ser e estar no trabalho: aquelas pessoas que são dinamizadores e que através do conhecimento tentam sempre ir mais além; as pessoas que devido a limitações tentam independentemente dos resultados lutar na obtenção dos objectivos; as pessoas que pensam que são donos do conhecimento e verdade mas depois conclui-se que nada sabem e poucas verdades dizem; as pessoas que pensam que têm uma estabilidade profissional conquistada e acomodam-se; as pessoas que se querem implementar com uma nova dinâmica e vêm os seus projectos serem anulados por outras e acabem por desistir dos mesmos e outras pessoas com uma persistência tremenda que independentemente de serem ouvidos ou não levam os seus ideais até ás ultimas circunstâncias. Normalmente são essas últimas que prevalecem na conquista das suas ambições e crescem no sentido profissional. Aprendi que devemos sempre acreditar nas nossas ambições até que algo ou alguém nos prove o contrário; aprendi também que devemos ter a capacidade para avaliar todas as situações e se existir alguma melhor que a nossa termos a humildade de a reconhecer e de a validarmos; aprendi que as nossas conquistas dependem imenso das nossas vontades e sobretudo da forma como acreditamos nelas e as expomos. Todos somos diferentes, mas todos temos as oportunidades para mostrarmos os nossos valores que puderam ou não serem reconhecidos.
Para terminar quero deixar-vos uma simples e curta história mas com um sentido de reflexão tremendo para contextualizar e de certa forma fundamentar o meu discurso anterior.

As cobras das nossas vidas...
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo que só vivia para brilhar.
Ele fugia rapidamente com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada.
No terceiro dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não pertences
- Fiz-te alguma coisa de mal?
- Não fizeste nada de mal
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!

E assim, diariamente tropeçamos em cobras!

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